27 janeiro, 2011

O Poder do Mito. Parte V - O Amor e a Deusa.

Nesse trecho da obra, Campbell versa sobre o nascimento do amor romântico no século XII, quando se inaugura a concepção de relacionamento amoroso entre duas pessoas, extrapolando, por exemplo, a idéia do casamento como instituição em que as pessoas eram unidas por conveniência.
Essa experiência inovadora de amar indo mesmo contra a tradição religiosa dos casamentos arranjados tornou-se parte significativa da afirmação da experiência individual, pessoal, em detrimento da autoridade da tradição
Distingue o amor erótico (Eros) biológico, sensual do amor/ compaixão (Ágape), aquele que ama o próximo como a si mesmo.
E volta a discorrer sobre o amor como afirmação da vida com seu sofrimento, a compaixão que este desperta, abertura para o outro.
Continuando o tema, aborda a questão da reverência à mulher como símbolo da vida e da compaixão.
Nas primeiras sociedades agrícolas era determinante a imagem da terra como a imagem da mulher: fértil, nutridora, doadora da vida, mágica, misteriosa. A mulher é a Deusa, a Deus, mulher.
Seguem então as invasões semita e indo-européia de pastores nômades, guerreando por territórios e, de sua mitologia, anteriormente caçadora (mas ainda orientada aos animais) surgem os deuses guerreiros que subjugarão a deusa.
Essa perspectiva patriarcal, freqüentemente belicosa, exerceu grande influência no que hoje chamamos de machismo, subjugação da mulher, fortemente presente em grande parte das sociedades, ocidentais.
Finalizando, toma como ponto central o tema mitológico do nascimento a partir de uma virgem, motivo predominantemente grego que aparece incorporado no Evangelho de Lucas. Ele simboliza o nascimento espiritual do novo homem, nascido não mais da carne puramente, mas do espírito, do coração aberto, compassivo para com o sofrimento alheio, nascimento que simboliza uma transformação espiritual.

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