27 janeiro, 2011

O Poder do Mito. Parte III - Os Primeiros Contadores de Histórias

Aqui o autor fala sobre a origem do mito e sua função de colocar em sintonia o homem como um todo e com as aparentes contradições da existência, sendo a morte a mais intrigante.
Discorre sobre a busca de significado para a morte por parte dos primeiros homens, nossos ancestrais. Morte da caça, ou seja, dos animais dos quais dependiam e morte de seus semelhantes. Com base em evidências de túmulos e sarcófagos dedicados a determinados animais e também a humanos, a partir do período Neandertal (200.000- 75.0000/ 25.000 a.C.*) A mitologia partiria desse princípio: a significação da morte.
Aí entram, por um lado a relação de expiação por matar o animal, um mensageiro divino (em muitos casos, como vemos em religiões que preservam o aspecto sagrado de alguns animais, o próprio deus) que se oferece voluntariamente como vítima sacrificial para servir de alimento e, de outro lado, a reverência pelo reconhecimento da dependência desses animais, o ritual como expressão de devoção, uma relação de respeito se impõe.
Campbell toma como exemplo as pinturas rupestres presentes nas cavernas de Troi-Fères e Altamira e aponta questões muito interessantes como sua função ritual (talvez, a introdução dos jovens na caça) e a intencionalidade - ou não - da beleza de tais obras (Em que medida uma teia de aranha ou o canto de um pássaro são intencionalmente belos? E em relação às pinturas desses proto hominídeos?).
Desse ponto de vista temos em conta que a arte e a mitologia estão intrinsecamente ligadas e caberia, não necessariamente aos sacerdotes, funcionários sociais, mas aos artistas, resignificar e criar novas mitologias contemporâneas.

Nenhum comentário: