Estudo de felino, carvão, A4.
28 setembro, 2011
Verum (ipsum factum).
Alguém que teve a coragem e a generosidade de se abrir comigo.
Alguém cuja possibilidade de uma ausência trágica - que embora, em retrospecto, se revelasse remota, inda assim - me fez pressentir o vazio incontornável que deixaria caso faltasse.
Que, simplesmente sendo quem é - alguém que preza fazer tudo o que faz da melhor maneira possível - me salvou a pele em mais de uma ocasião, sem disso fazer conta ou exigir o quer que fosse em troca.
Pessoa que me divide.
Que me faz ter ciúmes do melhor eu que eu poderia ter sido mas que assisti partir, que me abandonou, perdido, arruinado.
Alguém que me desperta algo inequívoco, mas ao mesmo tempo nem tão exato assim; um misto de alegria perene e grave ternura.
Alguém, enfim, que é pra mim como uma cor, que se não existisse, faria do mundo algo menos belo.
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