10 setembro, 2010

Dia de cão.

Acordar cedinho.
Abandonar por um instante o café, seu aroma a impregnar a casa, a enchê-la lentamente sem precisar expulsar o silêncio.
Abrir a porta da cozinha, olhar o céu num instinto.
Deixar-se atingir pelo vento frio da manhã que não te deixa esquecer que você não é um ser etéreo, puro pensamento...

(O corpo abraça o óbvio "_Que frio!")

Deixar então que ele busque novamente o calor da cozinha e do café fumegante e que o pensamento, como curioso reflexo do corpo, se refugie na memória projetada de outro corpo ausente, com esses retalhos se cubra, sem urgência, e se aninhe num acalento.