25 agosto, 2010

Lights off.

Apoiado no batente da cozinha, completamente só, repensando em banho-maria as inúmeras coisas estúpidas que costumo (não) fazer quando a questão é me expressar direta e claramente às pessoas com que gostaria de conversar.
A solidão tem seus surdos prazeres como esses momentos repentinos, de sobressalto no silêncio-escuro.
E embora o fato de morrer sozinho, sem família, não seja algo que me surpreendesse grandemente, às vezes sinto - confesso - que estou ficando bastante velho pra ficar assim suspirando pelos cantos...

Ok! Pretty dramatic. rsrs
Culpa da lua. Ela está mesmo uma beleza hoje.


Eu ontem fui dormir todo encolhido
Agarrando uns quatro travesseiros
Chorando bem baixinho, bem baixinho, baby
Pra nem eu nem Deus ouvir
Fazendo festinha em mim mesmo
Como um neném, até dormir
Sonhei que eu caía do vigésimo andar
E não morria
Ganhava três milhões e meio de dólares
Na loteria
E você me dizia com a voz terna, cheia de malícia
Que me queria pra toda vida
Mal acordei, já dei de cara
Com a tua cara no porta-retrato
Não sei por que que de manhã
Toda manhã parece um parto
Quem sabe, depois de um tapa
Eu hoje vou matar essa charada
Se todo alguém que ama
Ama pra ser correspondido
Se todo alguém que eu amo
É como amar a lua inacessível
É que eu não amo ninguém
Não amo ninguém
Eu não amo ninguém, parece incrível
Não amo ninguém
E é só amor que eu respiro.


(Eu não amo ninguém, Barão Vermelho do álbum Maior Abandonado, 2000.)