26 janeiro, 2008

À inesperada e controversa amizade

("Estudo para San" - grafite, editado digitalmente, A4)

Pequenina tosca poesia

Sandra é um pássaro de plumagem magnífica e canto hipnótico.
Estará à espera de uma gaiola de prata? E quem se atreve? 
Sandra é um gato preto que convida em código: 
Façamos as malas ou fiquemos na casa.
Mas o que escolherá o felino? A casa? Ou quem a leve? 
  
Com que suave som já nasce essa sereia bela, 
Que ao cantar, no tom o contém?  
Que doce bálsamo, veneno, néctar,
Verte aquela que o cântaro sustém? 
E seu rosto, busto, torso (tudo o mais), 
Será que numa aquarela tudo vai bem? 
E se eu torço, e justo, busca a rede e traz, 
Num aquário ela fica (nada bem)? 

Sandra é fenômeno da natureza,.
É seca que queima sem remorso, 
É onda que sem piedade arrasta, 
E um grande tsunami essa pequena... 
Chuva que salva sem pedir em troca, 
É cometa, é mar e terremoto 
É vento que a tudo despedaça, 
Raio que revela, trovão que apequena...  

San é lua? 

Lua, alheia, que influi em tudo, 
Podes mexer em seu próprio ciclo infinito? 
E quando à míngua, ousas contemplar 
Na maré cheia seu reflexo, espelho esquisito? 

San é sol? Sol é sun. 
Só é sol, quem é são. 
San é sol. Só é San?. 
Quem é sol? Quem é San? 

É anjo (nada!), essa fada (finge?)? 
É ninfa, naja? Ou é ninja, esfinge? 
O que ela olha vira pedra. 
O que eu toco vira ouro. 
Musa, mina Medusa – 
Deus, me dás medos demais. 
Deimos, deus nu, medonho, 
tu, mais amenos me dás. 
Medo, desumano demo... 
Sê menos medo, Midas!