("Estudo para San" - grafite, editado digitalmente, A4)
Pequenina tosca poesia
Sandra é um pássaro de plumagem magnífica e canto hipnótico.
Estará à espera de uma gaiola de prata? E quem se atreve?
Sandra é um gato preto que convida em código:
Façamos as malas ou fiquemos na casa.
Mas o que escolherá o felino? A casa? Ou quem a leve?
Com que suave som já nasce essa sereia bela,
Que ao cantar, no tom o contém?
Que doce bálsamo, veneno, néctar,
Verte aquela que o cântaro sustém?
E seu rosto, busto, torso (tudo o mais),
Será que numa aquarela tudo vai bem?
E se eu torço, e justo, busca a rede e traz,
Num aquário ela fica (nada bem)?
Sandra é fenômeno da natureza,.
É seca que queima sem remorso,
É onda que sem piedade arrasta,
E um grande tsunami essa pequena...
Chuva que salva sem pedir em troca,
É cometa, é mar e terremoto
É vento que a tudo despedaça,
Raio que revela, trovão que apequena...
San é lua?
Lua, alheia, que influi em tudo,
Podes mexer em seu próprio ciclo infinito?
E quando à míngua, ousas contemplar
Na maré cheia seu reflexo, espelho esquisito?
San é sol? Sol é sun.
Só é sol, quem é são.
San é sol. Só é San?.
Quem é sol? Quem é San?
É anjo (nada!), essa fada (finge?)?
É ninfa, naja? Ou é ninja, esfinge?
O que ela olha vira pedra.
O que eu toco vira ouro.
Musa, mina Medusa –
Deus, me dás medos demais.
Deimos, deus nu, medonho,
tu, mais amenos me dás.
Medo, desumano demo...
Sê menos medo, Midas!