17 fevereiro, 2010

Lavo as mãos.

Ainda em branco.
Na verdade, ainda em branco em preto, porque marcado. Impresso, sujo.
Depois do Technicolor, back in black.
Black and white.
Sempre Carlitos, sorrindo ultravioleta pras noites brancas das luzes da cidade. Uma vida só e tão poucos papéis.
Quisera voltar aos cinzas, reduto e resumo das cores, da luz e da matéria; esse punhado de morte, neutro corpo de chão, esquecido, mas que incomoda (incomoda, incomoda...) tanta gente.
Queria beber todas as cores, de preferência as mais plúmbeas e mercúrio-cromadas.
Dai-me o melhor do zinco e do chumbo o óxido!
Não afaste mais de mim este cádmio!
Cândido, cinzento, cinzelado, fecharia finalmente o círculo... (somewhere over the rainbow...)
Mas imobile me detenho, bomdia, nesse pêndulo perpétuo, boanoite. Não há remédio. Eclipse cotidiano.
Desisto.
Simplesmente óleo.
Sol
vente,
secante.
Remove
dor.


http://www.youtube.com/watch?v=s_Eb2ZzYfPw&feature=related