27 janeiro, 2011

O Poder do Mito. Parte IV - Sacrifício e Felicidade

Nesse capítulo, descreve a passagem, em algumas sociedades, do ambiente da caça para o da cultura de sementes e o impacto dessa mudança na construção mitológica: uma nova visão de mundo.
Surge mais forte a idéia de fazer parte de algo maior, como se cada pessoa não fosse simplesmente uma pessoa, um indivíduo, mas um ramo entre tantos da grande árvore da vida, cujas folhas caem e que precisa ser podada de quando em vez.
Ao observar similaridades nas mitologias ao redor do mundo e essas respectivas mudanças, o autor questiona duas possibilidades (e essa é uma questão central, muito controversa e debatida entre estudiosos):
1. Tese das “idéias elementares”( Adolf Bastian – 1826-1905) ou arquétipos (Carl G.Jung – 1875-1961). Nessa tese, utilizando e desenvolvendo conceitos desses dois pensadores, postula-se que a estrutura essencial da psique inerente ao corpo humano, que não se alterou significativamente desde as cavernas, preserva suas leis psicológicas relativamente invariáveis e uniformes por todo o mundo o que ocasiona mudanças independentes e simultâneas.
2. Tese difusionista, da qual Campbell era um dos defensores. A certa altura da História com a ”invenção” da agricultura (provavelmente na Ásia, no Crescente Fértil), espalha-se pelo mundo afora ao longo de milhares de anos a prática agrícola. e junto com ela a mitologia relacionada a esse modelo, a morte e o renascimento da vida vegetal.

A questão presente na mitologia ligada à vegetação é a da identificação por trás da aparência da dualidade. Morre a carne, mas o espírito se mantém. Vida e morte são manifestações de uma mesma realidade. Mais que interdependentes são correspondentes e equivalentes. Nesse ponto fala da estreita associação entre procriar e morrer. O sacrifício presente na maternidade/paternidade, no casamento, no engajamento político, etc.

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